Vários
programas exibidos nas TV’S de Manaus vêm explorando as consequências da
enchente provocada pelas chuvas que assolam o Amazonas. Não há nada de errado e é até bem
vindo, pois coloca todo o público ciente da força dos fenômenos naturais e das
medidas de contenção tomadas pelas autoridades municipal, estadual e federal.
Em
Manaus, as autoridades são responsabilizadas por tantos infortúnios (vamos
retirar esse povo dos igarapés, construir Prosamim, asfaltar ruas, construir
esgotos, escolas, postos de saúde, controle da dengue, diarreia, mais ônibus, combater
drogas, terminais, isso e aquilo). Há muitos anos Manaus foi totalmente
esquecida, acumulando problemas de toda ordem, pois as autoridades procuraram
manter apenas o que já existia, esquecendo-se de monitorar as áreas de risco,
impedindo que famílias ali se abrigassem. Da mesma forma para outros serviços
públicos. Na capital as autoridades têm pouco tempo para realizar obras no
solo, devido o tempo chuvoso, comum na região todos os anos. Por outro lado, há
recursos, porém o agente financeiro precisa saber de onde virá o retorno dos
investimentos. E o pior é que ninguém quer pagar impostos.
Outro
problema que a autoridade enfrenta é o da migração. Chegam famílias na capital
do interior do Estado, de outros Estados e até do exterior. Nem todos têm
capacidade financeira para adquirir um imóvel em lugar seguro, logo, se
instalam em qualquer lugar. Manaus cresceu tanto que eu que vivo aqui, não a
conheço mais. Mas o que fazem os Prefeitos do interior do Amazonas e de outros
Estados? Em Manaus a parceria entre as esferas municipal, estadual e federal
está dando certo, talvez seja por isso que as pessoas querem que tudo seja
resolvido num piscar de lhos, mas não é assim.
Tive
oportunidade de conhecer municípios da calha do Solimões, Juruá, Jutaí, Japurá
e Rio Negro. À época nesses municípios não tinham nada (arrecadação) e pelo que
ouvi no Programa do Deputado Federal Sabino Castelo Branco, há pouco tempo, não
mudou muita coisa. É certo que poucos municípios que se desenvolveram estão em
pontos estratégicos da região e deveriam encampar os demais. Os espaços
resultantes dessa ação funcionariam apenas como lugarejo, vila, etc. Mas não é
isso que algumas autoridades pleiteiam. Pleiteiam, sim, aumentar o número de
municípios. Mas para quê? Para aumentar a calamidade?
Os
municípios do Amazonas, geralmente estão sediados à margem dos rios. Isso
facilita o contato com seu principal meio de comunicação que são os barcos, que
levam até eles mantimentos de toda espécie e prioridade. Aproveitando esse
raciocínio, os ribeirinhos constroem suas moradias, plantação (que é do que
vivem), também à margem dos rios, devida a facilidade e que a várzea é rica em
nutrientes. Como as últimas enchentes têm sido severas, a calamidade é total e
já se tornou uma praxe. Porque não construir a sede dos municípios, habitar e
plantar na terra firme? Por que a terra
firme não tem nutriente como na várzea e que fica muito longe das margens dos
rios.
Em
todas as atividades do comportamento humano, para exercermos, precisamos ter
conhecimento de causa.
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