27 de março de 2014

Amazonas: calamidade pelas chuvas

Vários programas exibidos nas TV’S de Manaus vêm explorando as consequências da enchente provocada pelas chuvas que assolam o Amazonas. Não há nada de errado e é até bem vindo, pois coloca todo o público ciente da força dos fenômenos naturais e das medidas de contenção tomadas pelas autoridades municipal, estadual e federal.
Em Manaus, as autoridades são responsabilizadas por tantos infortúnios (vamos retirar esse povo dos igarapés, construir Prosamim, asfaltar ruas, construir esgotos, escolas, postos de saúde, controle da dengue, diarreia, mais ônibus, combater drogas, terminais, isso e aquilo). Há muitos anos Manaus foi totalmente esquecida, acumulando problemas de toda ordem, pois as autoridades procuraram manter apenas o que já existia, esquecendo-se de monitorar as áreas de risco, impedindo que famílias ali se abrigassem. Da mesma forma para outros serviços públicos. Na capital as autoridades têm pouco tempo para realizar obras no solo, devido o tempo chuvoso, comum na região todos os anos. Por outro lado, há recursos, porém o agente financeiro precisa saber de onde virá o retorno dos investimentos. E o pior é que ninguém quer pagar impostos.
Outro problema que a autoridade enfrenta é o da migração. Chegam famílias na capital do interior do Estado, de outros Estados e até do exterior. Nem todos têm capacidade financeira para adquirir um imóvel em lugar seguro, logo, se instalam em qualquer lugar. Manaus cresceu tanto que eu que vivo aqui, não a conheço mais. Mas o que fazem os Prefeitos do interior do Amazonas e de outros Estados? Em Manaus a parceria entre as esferas municipal, estadual e federal está dando certo, talvez seja por isso que as pessoas querem que tudo seja resolvido num piscar de lhos, mas não é assim.
Tive oportunidade de conhecer municípios da calha do Solimões, Juruá, Jutaí, Japurá e Rio Negro. À época nesses municípios não tinham nada (arrecadação) e pelo que ouvi no Programa do Deputado Federal Sabino Castelo Branco, há pouco tempo, não mudou muita coisa. É certo que poucos municípios que se desenvolveram estão em pontos estratégicos da região e deveriam encampar os demais. Os espaços resultantes dessa ação funcionariam apenas como lugarejo, vila, etc. Mas não é isso que algumas autoridades pleiteiam. Pleiteiam, sim, aumentar o número de municípios. Mas para quê? Para aumentar a calamidade?
Os municípios do Amazonas, geralmente estão sediados à margem dos rios. Isso facilita o contato com seu principal meio de comunicação que são os barcos, que levam até eles mantimentos de toda espécie e prioridade. Aproveitando esse raciocínio, os ribeirinhos constroem suas moradias, plantação (que é do que vivem), também à margem dos rios, devida a facilidade e que a várzea é rica em nutrientes. Como as últimas enchentes têm sido severas, a calamidade é total e já se tornou uma praxe. Porque não construir a sede dos municípios, habitar e plantar na terra firme?  Por que a terra firme não tem nutriente como na várzea e que fica muito longe das margens dos rios.

Em todas as atividades do comportamento humano, para exercermos, precisamos ter conhecimento de causa.

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