O Jornal Nacional da
noite de 26.11.2013 divulgou o resultado de uma pesquisa da Fiocruz, onde
afirma que os indivíduos pobres fumam mais. De fato, os pobres de outras
regiões do BR eu não sei como se comportam, mas os da região norte conheço-os
muito bem. Ser pobre na região norte é sinônimo de sofrimento, e o uso do fumo
desde a infância faz parte de um meio de reduzir essa angústia. Por exemplo, a
maioria das atividades do povo interiorano do norte se prende à cultura da
mandioca (roça), pescado, coleta de sementes (castanha-do-pará), extração de
madeira, entre outras. Para executar todas essas atividades é necessário
enfrentar a mata e os rios, justamente onde é o foco dos mosquitos, aqui
conhecidos como carapanãs, que lhe enfia um ferrão para extrair o seu sangue e
de quebra ainda lhe transmite doenças. É aí que entra o uso do fumo, em forma
de cigarro, cuja fumaça espanta temporariamente os mosquitos. Nas margens do
Rio Solimões, tem tanta carapanã que quando se liga o rádio elas querem ferrar
a voz. Portanto, pobre sofre mais do que cigarro em boca de bêbado.
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